publicado em 25/06/2015
Tendências do e-commerce brasileiro em meio a um cenário de desaceleração econômica
A economia nacional vive um período de sensível diminuição de seu ritmo de crescimento, sentido em diversos segmentos, refletindo-se em sintomas adversos como a diminuição de investimentos e da geração de empregos, além do aumento de preços e do amargo remédio do aumento de juros, configurando-se em um cenário econômico de possível estagflação.
Todavia, apesar desse ambiente macroeconômico pouco promissor, o comércio eletrônico brasileiro continua crescendo a um ritmo de dois dígitos ano após ano. O que posiciona o segmento como importante gerador de oportunidades de negócio a empreendimentos, gerando emprego e renda a diversas famílias e posicionando-se como o espaço fértil para aflorar o empreendedorismo natural do povo brasileiro. O e-commerce cresce tanto para as companhias de grande porte já instaladas como também no estrato das micros, pequenas e médias empresas.
A expectativa para o e-commerce neste ano, seu 20º aniversário no país, segundo dados do relatório Webshoppers, é que seu faturamento apresente um crescimento nominal na ordem de 20%, ante uma possível retração de 1,5% do PIB.
Em 2014, quando a economia começava a demonstrar os primeiros sinais de cansaço, o comércio eletrônico brasileiro faturou R$ 35,8 bilhões, apresentando um crescimento nominal de 24%, em relação a 2013.
Mas, para além dos números, é importante observarmos e refletirmos também sobre as iniciativas que se fortalecem em meio à retração econômica. Épocas nas quais o consumidor valoriza ainda mais a relação custo x benefício de suas compras essenciais, priorizando artigos que ofereçam o maior nível de desconto praticado. A economia digital trouxe, neste tocante, uma novidade que vai marcar para sempre a relação entre consumidor e varejo (off-line e online): o uso de ferramentas de busca e comparadores de preços, que possibilitam ao internauta, de forma transparente e direta, escolher o produto ou serviço pelo menor custo praticado, reduzindo a disparidade de preços no mercado e aumentando a eficiência para o consumidor.
O uso da tecnologia para pesquisar preços e vantagens já se tornou um hábito de boa parte dos brasileiros. Muitos, por exemplo, recorrem ao smartphone ou ao tablet para consultar o preço de determinado produto nas lojas virtuais. O que colabora para uma recente e sensível tendência de aumento das vendas por meio de dispositivos móveis, o chamado m-commerce (ou mobile commerce).
Fato claramente evidenciado durante a Detonaweb 2015, promoção realizada pelo Comitê de Varejo Online da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net), entre os dias 14 e 16 de abril. Nesta oportunidade, aproximadamente 15% dos acessos e compras foram realizados via smartphones (10,16%) e tablets (4,44%). Além disso, de acordo com o Webshoppers, 9,7% de todas as vendas de bens de consumo realizadas pela Internet em 2014 foram por meio de aparelhos móveis.
A Detonaweb, aliás, reflete bem outra tendência positiva do e-commerce mesmo em tempos de retração econômica: o sucesso da realização de campanhas promocionais. Fato consumado pelos números da Black Friday, que faturou R$ 1,16 bilhão em 2014, segundo a E-bit, mais do que o faturamento da principal data sazonal do comércio eletrônico, o Natal.
O avanço da tecnologia e a criatividade dos empreendedores são as alavancas que permitem às lojas se reinventarem para superar a crise, realizar boas ofertas e continuar crescendo, oferecendo ao consumidor, cada vez mais, uma experiência de compra rápida, fácil e prazerosa.
Os anos de 2015 e 2016, portanto, serão importantíssimos para a consolidação de ações baseadas nos conceitos do Omnichannel do SoLoMo (Social, Local e Mobile), contribuindo definitivamente para evidenciar a simbiose e a fusão entre a loja física e a loja online, um sinal claro do aumento da relevância e capacidade de alavancagem do e-commerce no Brasil.
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