Uma nova forma de consumir surge com a era das redes sociais: é o social commerce. Pesquisa inédita da E-Consulting retrata quem são e como se relacionam os consumidores nesse novo cenário Blog, Twitter, Facebook, Orkut… Todos entram nessas redes sociais para acompanhar o que os amigos e conhecidos publicam ou para compartilhar seus próprios conteúdos. Mas é interessante notar o que vem em segundo lugar nessa escala de importância atribuída às redes sociais: “ler a opinião de outros sobre produtos que consumo ou quero consumir”. Acompanhar conteúdos compartilhados por marcas aparece em sexto lugar. É o que revela uma pesquisa inédita realizada em setembro pela E-Consulting para conhecer o perfil do social commerce no Brasil, um ramo do comércio on-line que se baseia na interação entre usuários durante a experiência de compra. Ao todo, 2.375 pessoas até 60 anos responderam ao questionário. Vários setores estavam representados por meio da ocupação dos entrevistados 20% eram do setor do varejo e comércio e outros 20% de TI e internet. O social commerce deve ser entendido como resultado da convergência de vários fatores. Por exemplo, hoje as transações online estão mais eficientes e profissionalizadas; há fácil acesso ao conteúdo virtual em qualquer lugar por meio dos dispositivos móveis; a interação social é sentida e exposta nas redes sociais; e há a oferta em massa pela internet (via compras coletivas) – fatores que compõem uma nova forma de consumir influenciada pelo consumidor 2.0. Na era da interação máxima, esse consumidor está aberto à experimentação sempre. Adora entrar na onda do efeito viral de um produto, mas normalmente volta para sua marca preferida depois (sim, as empresas devem conviver com essa realidade). Ele xinga muito no Twitter se necessário, curte a fan Page de uma marca no Facebook e sugere produtos em seu blog pessoal. O consumidor 2.0 pergunta constantemente para as empresas: qual é a sua? É realmente sustentável? As pessoas que compram com você são de que tribo? Quais são as suas opiniões e valores? Por enquanto nada sugere que isso não possa mudar, as empresas podem até respirar tranquilas. Na maioria das vezes, mesmo não concordando com as visão de mundo da empresa, esse consumidor continua comprando dela. Segundo a E-Consulting, provavelmente o social commerce será a maneira de negociar que mais crescerá daqui para frente. Grandes figuras como Mark Zuckerberg (fundador do Facebook) e Andrew Mason (Groupon), endossam essa ideia. O nome da pesquisa “A ascensão de uma nova maneira de fazer negócios” sinaliza o potencial existente nessa forma de consumo. Ao todo, 2.375 pessoas (de perfis diferentes) responderam às perguntas Idade dos entrevistados: 35% – até 30 anos 33% – de 31 a 40 anos 20% – de 41 a 50 anos 12% – de 51 a 60 anos Setores: 6% – Terceiro setor 2% – Automobilístico 14% – Financeiro 8% – Bens de consumo 8% – Educação 8% – Serviços profissionais 20% – TI e internet 4% – Turismo e entretenimento 20% – Varejo e comércio 10% – Outros Em uma escala de 1 a 10, como você avalia a importância dos motivos para participar de uma rede social? 7,16 – Acompanhar as atividades e/ou conteúdos 6,2 – Ler a opinião de outros sobre produtos que consumo ou quero consumir 5,9 – Compartilhar conteúdos sobre temas do meu interesse 5,62 – Compartilhar conteúdos criados por mim 5,6 – Acompanhar notícias sobre temas do meu interesse 5,12 – Acompanhar conteúdos compartilhados por marcas 4,48 – Escrever avaliações sobre a qualidade de produtos ou serviços que consumo 4,8 – Escrever em fóruns ou comunidades on-line sobre temas do meu interesse 2.02 – Acompanhar as atividades realizadas e/ou os conteúdos compartilhados por celebridades Tenho maior propensão a efetuar a compra de algo se um amigo tiver recomendado esse produto ou serviço em alguma rede social 38% – Completamente verdadeiro 34% – Parcialmente verdadeiro 22% – Neutro 6% – Completamente falso O que a pesquisa revelou Blogs, YouTube, Twitter, Facebook e Orkut foram as redes sociais avaliadas. O tempo de permanência em cada uma delas varia bastante: 52% das pessoas afirmaram que ficam até 30 minutos do dia no Facebook; no YouTube são 68%. O Twitter e o Orkut são as duas redes menos acessadas – 58% dos respondentes não acessam. Em contrapartida, o Facebook é a rede pela qual as pessoas ficam mais tempo conectadas: 16% navegam de duas a quatro horas. Sobre o número de seguidores, amigos, colegas e conhecidos, a rede de Mark Zuckerberg é, disparada, a que agrega mais gente: 44% dos respondentes alegaram ter entre 200 e 500 amigos no Facebook, enquanto a mesma quantidade de seguidores é de apenas 6% no Twitter e 20% no Orkut. Em sétimo lugar na avaliação da importância de estar nessas redes aparece “escrever avaliações sobre a qualidade dos produtos ou serviços que consumo”, o que revela que há uma gama de pessoas fortemente interessadas em produzir conteúdo espontâneo sobre produtos. Nos últimos três meses, 34% deles dizem ter feito comentários sobre algo que compraram. Desses, 20% falam de livros e periódicos, coincidentemente a categoria que até o ano passado era líder de vendas no varejo on-line. Segundo a consultoria E-bit, nos seis primeiros meses de 2011 a categoria livros e assinaturas de revistas e jornais, que sempre liderou o e-commerce, caiu para a quarta colocação do ranking de pedidos. Comprando nas redes sociais As compras via links de redes sociais e compras coletivas refletem o panorama geral do e-commerce: 54% compram livros e periódicos; 50%, serviços de turismo; 48%, tecnologia e informática; e 44%, CDs, DVDs e games. Na hora de pagar, 88% escolhem o cartão de crédito e o restante se divide igualmente entre boleto e serviços de pagamento digital. 38% pagam à vista e a mesma porcentagem paga em até três parcelas. Quando o assunto é indicação, 72% dos entrevistados afirmam que têm maior propensão a efetuar a compra de algo quando foi um amigo quem recomendou o produto. “O determinante da compra não é só a indicação, mas, sim, a recomendação com conhecimento de causa”, avalia Daniel Domeneghetti, especialista em estratégia corporativa e sócio-fundador da E-Consulting. No entanto, 46% dos entrevistados nem sempre consultam seus conhecidos nas redes sociais antes de comprar. Já 62% dos respondentes afirmaram que se baseiam nas opiniões de sites de avaliação de qualidade (como o guia do SAC, do Grupo Padrão), o que o que mostra que o consumidor está cada vez mais antenado sobre o que falam das empresas. Quase metade da base (48%) faz pelo menos uma compra por mês. A maior parte dos entrevistados ainda se diz neutra ou pouco propensa a efetuar compras de links enviados por empresas em suas redes sociais. 32% afirmam que não têm essa propensão e 34% se dizem neutros aos apelos da empresa. Quando isso é analisado sob a ótica dos canais, observamos resultados diferentes. A rejeição a ofertas recebidas pelo YouTube é muito alta, batendo os 58%. No Twitter é de 52% e, embora ainda alta, ela é bem menor no Facebook, com 30%. Para Domeneghett, o social commerce está se desenvolvendo num momento em que o Facebook é a plataforma predominante. “Se fosse anos atrás, seria o Orkut”. Ao analisar as compras por dispositivos móveis, apenas 6% afirmam ter propensão a comprar produtos por meio do celular, outra ferramenta que traz um forte potencial. Fonte: Revista Consumidor Moderno No Varejo