Colocar uma loja na web abre muitas portas para os varejistas. Além do alcance global, existem muitas possibilidades de agregar melhorias à forma de atendimento ao consumidor, incluindo ações promocionais, pesquisas de satisfação, fortalecimento da marca entre diversas oportunidades de aprimorar os negócios. Segundo levantamento realizado pela E-bit, empresa de pesquisa do setor, só no Brasil, foram registrados 35,54 milhões de pedidos de compras online entre janeiro a junho de 2013, um valor 20% maior se comparado ao mesmo período do ano passado. Na região da América Latina, o Brasil representa 60% do comércio virtual. Uma das razões do comércio eletrônico estar em alta, aponta Pedro Guasti, diretor-geral da E-bit, são as oportunidades encontradas pelos consumidores em ambientes web. Mesmo com o atual cenário econômico, de crises mundiais, baixo PIB brasileiro e de desaceleração da economia, sempre é possível encontrar preços acessíveis ao bolso dos clientes. “O e-commerce proporciona conveniência para as pessoas buscarem melhores custos, formas de pagamento e, em alguns casos, sem pagar o frete”, argumenta o diretor-geral. Já a queda dos preços, registrada pelo índice FIPE/Buscapé, atingiu 4,59% neste ano, com expectativas de inflação no e-commerce em 2014. Segundo o executivo, a baixa é causada pela grande concorrência no setor causado pela facilidade de comparar valores e agregar serviços extras sem cobrar a mais por isso. “As empresa podem e precisam se atentar à variação de preços no mercado, pois a sobrevivência dos negócios depende desse fator”, alerta Guasti. Regulamentações Embora o e-commerce esteja superando as expectativas a cada ano, o cenário poderia ser mais positivo. De acordo com Leonardo Palhares, vice-presidente da Câmara-e.net, o setor é impactado pelas regulações governamentais referentes a compras coletivas, entregas de produtos e facilidades de pagamento. “Atender a todas as exigências dos órgãos reguladores estaduais ou federais torna o empreendedor virtual um herói”, diz o executivo. Para ele, as requisições atuais atrasam a evolução das vendas eletrônicas no País, demandando altos investimentos dos lojistas para solucionar questões sem uma legislação abrangente. Palhares explica que resolver os problemas enfrentados pelos consumidores, como produtos não entregues e cobranças extras, são a principal causa da criação das regulações, mas elas acabam impedindo novos e-comerciantes, em especial os pequenos e médios, de agirem, pois eles não possuem meios de suprir toda a demanda de exigências. “Contudo, iniciativas públicas e privadas estão trabalhando para alinhar as necessidades dos lojistas e clientes de forma justa para ambos”, diz. Uma das alternativas sugeridas pelo executivo é o Marco Civil da Internet, capaz de proporcionar uma estrutura mais sólida, com leis, especificações sobre atendimento ao consumidor, direitos e deveres dos clientes e lojistas entre outros recursos para aprimorar as práticas de e-commerce no Brasil. “O comércio eletrônico brasileiro é enorme e tende a crescer ainda mais. Mas, para aproveitar todas as oportunidades inerentes, varejistas e reguladores precisam pensar no e-commerce como algo próprio, original, e não como mais um canal de vendas”, finaliza Leonardo Palhares. Fonte: Decision Report