Neste ano, 4 milhões de pessoas no Brasil fizeram a primeira compra online. Desses novos compradores, 61% pertencem à classe C, a chamada classe emergente que teve seu poder aquisitivo aumentado nos últimos anos. São pessoas como a dona de casa Graziela dos Santos Pereira, 30 anos, moradora da Freguesia do Ó, na Zona Norte de São Paulo, que descobriu recentemente as facilidades do e-commerce. “Com três crianças pequenas fica difícil sair para fazer compra”, disse. “Aproveito a noite, quando eles estão dormindo, para entrar nos sites de compras.” Graziela cuida das crianças enquanto o marido, porteiro de um prédio da Zona Oeste, sai para trabalhar. Pela Internet, ela já comprou neste ano um colchão e um telefone. Agora está procurando um presente para ela. “Vou comprar um perfume. Vi que na Internet é muito mais barato do que nas lojas.” Gente como Graziela faz com que o comércio eletrônico se confirme como um dos mais sólidos pilares do varejo. O crescimento nos últimos anos se mostrou sem precedentes. Entre 2001 e 2009, o e-commerce teve expansão de 2.080% ante 293% do comércio tradicional. Estima-se que em 2011 o comércio eletrônico fature R$ 18,7 bilhões, excluindo as compras coletivas. Para Pedro Guasti, da Fecomercio, o bom desempenho se deve à chegada da classe emergente a este tipo de mercado. “Graças a eles, o número de compradores virtuais disparou”, afirmou. Setor vai gerar 34 mil empregos diretos até 2014 Na outra ponta do aquecimento do comércio eletrônico brasileiro está a expansão cada vez maior das oportunidades de empregos no setor. A forte demanda, entretanto, é maior do que a oferta de mão de obra qualificada para este segmento. Com isso, pode-se dizer que as 23 mil lojas virtuais que operam no País encontram um apagão de mão de obra especializada para seu crescimento. Estima-se que este mercado gere 34 mil empregos diretos e 50 miI indiretos até 2014. Disputados pelo mercado, esses profissionais chegam a receber salários de até R$ 12 mil mensais e muitos deles viram seus rendimentos crescerem até 40% no prazo de um ano. “O profissional de e-commerce precisa ser pró-ativo e saber interpretar os nichos de crescimento mercado”, disse Pedro Eugênio, criador do terceiro maior site de vendas do País. Fonte: Jornal Bom Dia – ABCD (18/9/2011)