A Black Friday, que acontece nesta sexta-feira (25), traz esperança de reaquecimento do comércioeletrônico brasileiro no ano.
O varejo on-line cresceu em valores nominais 5,2% no primeiro semestre de 2016, pouco mais que a inflação do período (4,4%) e uma desaceleração em comparação aos índices de dois dígitos de anos anteriores, segundo a Ebit, que monitora o segmento.
A consultoria prevê para o evento um faturamento de R$ 2,1 bilhões, 31% mais que em 2015 em valores nominais –sem considerar a inflação.
A Black Friday, importada dos EUA no início desta década, já é o dia no ano de maior concentração de vendas no varejo on-line, superando em até 20 vezes o faturamento de um dia comum, diz Pedro Guasti, presidente da Ebit.
Segundo ele, entre os fatores que impulsionam o crescimento do evento, estão o maior número de pessoas que compram pela internet (houve aumento de 30% no primeiro semestre, diz Guasti) e a maior predisposição delas de comprar no evento –84% desses consumidores devem comprar na data, segundo pesquisa da consultoria.
A diminuição do consumo nos dias que antecedem o evento indica a expectativa.
Guasti afirma que o faturamento do e-commerce caiu 20% se comparado ao da semana de 13 a 19 de novembro com a semana anterior.
“Faz um ano e meio que o consumidor está segurando as compras devido à crise. Agora, há demanda reprimida do lado do consumidor e estoque para desovar pelo lojista”, diz Ricardo Bove, idealizador do evento no Brasil.
Faturamento do evento – Em R$ bilhões
DE OLHO NO NATAL
Porém nem tudo estará em promoção. Como a Black Friday acontece pouco antes do Natal, é natural que os varejistas não queiram queimar todo seu estoque com descontos e reservem parte dos produtos para serem vendidos com melhor margem no próximo mês, diz Gerson Rolim, diretor de Comunicação e Marketing da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico.
A expectativa para esse ano é que, com o evento mais consolidado e varejistas mais preocupados com suas reputações, o número de reclamações por fraudes, frequentes nos primeiros anos da Black Friday brasileira, seja menor.
Segundo o Procon-SP, em 2015, houve 1.184 queixas, a maior parte delas por maquiagem de preços (28,3%).
Faturamento do comércio eletrônico no Brasil – Em R$ bilhões
LOJAS FÍSICAS
O varejo físico também participa do dia de ofertas que, no Brasil, nasceu na internet, com descontos e horários de atendimento estendidos.
A data movimenta principalmente os segmentos de eletrônicos e roupas, mas seu resultado é limitado, segundo Fabio Pina, assessor econômico da FecomércioSp.
“É uma data importada, muito vinculada à internet.”
Pina afirma que aumento de vendas no varejo depende de melhor confiança e renda de consumidores, ambos desgastados pelo alto desemprego e pela inflação. E os compradores ainda não receberam o 13º salário, uma desvantagem da Black Friday em relação ao Natal, diz.
DICAS PARA O EVENTO
- Faça uma lista
- Analise o que precisa antes de visitar lojas e sites para evitar compras por impulso
- Use comparadores
- Sites de comparação de preços, como Zoom e Buscapé, podem ajudar a achar oportunidades e, em alguns casos, saber qual o real desconto oferecido
- Não demore
- Em geral, o pico de vendas da Black Friday é logo na madrugada de sexta-feira; quem demorar corre o risco de chegar quando as melhores ofertas já tiverem acabado
- Veja a reputação
- Se quiser comprar algo em loja desconhecida, visite antes sites que reúnem reclamações de consumidores e páginas em redes sociais da empresa para ter certeza de que fará uma compra segura
- Registre
- Se, por razões técnicas, não for possível finalizar uma compra, tire fotos de todas as páginas que aparecem no processo; você tem o direito de obter o produto nas mesmas condições no futuro
- Busque ajuda
O Procon-SP estará de plantão até sábado (26) para atender reclamações; o atendimento será por telefone (151, no dia 25) e pelo site do órgão ou redes sociais, usando a hashtag #proconSPdeolhona BlackFriday