Incentivando a inovação, a geração de conhecimento e o desenvolvimento sustentável da Economia Digital, a camara-e.net é uma instituição de relevância nacional.
Para saber mais sobre ela, sobre o plano de metas “e-Brasil em Ação” e seu Comitê de Investimentos, conversamos com Gerson Rolim, diretor de Comunicação de Marketing da camara-e.net.
WIDE: Qual o papel exercido pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico? Poderia falar um pouco sobre a instituição?
GERSON ROLIM: A Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net) foi fundada em 2001 e é a principal entidade brasileira multissetorial da América Latina e de maior representatividade da Economia Digital no país. Atualmente, reúne mais de 100 associados, entre empresas de e-commerce, infraestrutura, mídias sociais, chaves públicas, meios de pagamento, compras coletivas, seguros e e-banking.
A Câmara-e.net tem participado ativamente de fóruns sobre temas como desoneração da folha de pagamento, Lei da Hora Certa, Plano Nacional de Consumo e Cidadania, Protocolo 21, Marco Civil da Internet, entre outros. Para estimular e preparar o pequeno e o médio empreendedor a investir no comércio eletrônico, a Câmara-e.net mantém o programa Ciclo MPE.net, que somente em 2012 contou com mais de 3.200 participantes de 20 cidades brasileiras. Em 2013, serão 23 cidades visitadas pelo programa e mais de 7.000 participantes presenciais e on-line.
No âmbito internacional, a Câmara-e.net busca a cooperação intercâmaras de comércio eletrônico para consolidar marcos regulatórios convergentes e fomentar negócios entre seus associados. Um exemplo disso é o trabalho que está desenvolvendo para a criação do Conselho Internacional de Economia Digital, que congregará entidades que compõem o Emota (European Multi-channel and Online Trade Association).
WIDE: O que é o plano de metas “e-Brasil em Ação”?
GERSON ROLIM: O plano de metas “e-Brasil em Ação” está intimamente ligado ao papel da camara-e.net, ou seja, a promoção da segurança nas transações eletrônicas, o fomento dos negócios digitais, o incentivo à inovação, a geração de conhecimento e o desenvolvimento sustentável da Economia Digital.
A estratégia do plano é a de induzir, disseminar e capacitar indivíduos e organizações públicas e privadas para a geração de negócios digitais de forma legal, segura e sustentável e promover a cooperação internacional Intercâmaras de Comércio eletrônico na busca da consolidação de marcos regulatórios convergentes e fomento de negócios entre seus associados.
Na visão da camara-e.net, a Economia Digital será a base do desenvolvimento sustentável e a principal fonte de geração de riqueza das nações no século XXI. Desta forma, não há hipótese de nosso país não priorizar ao máximo este segmento econômico.
WIDE: Há alguns meses a Camara-e.net lançou seu Comitê de Investimentos. Quais são os objetivos e metas deste projeto?
GERSON ROLIM: O Comitê de Investimentos lançado pela Camara-e.net no início de junho deste ano atua como ponte entre empresários e investidores com o objetivo de gerar informação para aumentar ainda mais a dinâmica do mercado de e-commerce no país, ajudando a concretizar negócios. Sempre há empreendedores reclamando que é difícil encontrar alguém que financie os seus projetos e, simultaneamente, investidores dizendo que faltam bons projetos. O comitê foi criado para reduzir esse gap.
Uma das metas do comitê é criar, até o fim deste ano, um mapa de fundos de investimento no país que atuam na área de economia digital para que o empreendedor interessado possa buscar o fundo mais adequado ao seu projeto. Para facilitar essa busca, os fundos estarão separados por estágios – seed, venture capital, private equity – e por foco em investimento e volume.
A ideia é também mapear os players que atuam nesse mercado e incluir empresas prestadoras de serviços. Após essa fase, prevê-se a elaboração de um glossário de investimentos e índices sobre movimentação desses aportes, parâmetros de valuation e a edição de uma cartilha para empreendedores que tenham interesse em levantar investimentos no Brasil. A Camara-e.net deseja criar com o comitê um ambiente de cooperação entre as diversas entidades relacionadas a esse segmento e ajudar o mercado a se conhecer melhor.
O comitê pretende ainda se aproximar das associações nacionais e internacionais do segmento de investimento e de entidades de financiamento, como Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Fundação de Amparo à Pesquisa (Faperj), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), entre outras.
WIDE: Já é possível fazer algum balanço do e-commerce brasileiro neste ano de 2013?
GERSON ROLIM: No primeiro semestre de 2013, o segmento cresceu nominalmente no Brasil 24% em relação ao mesmo período de 2012, atingindo um faturamento de R$ 12,47 bilhões. Os números do primeiro semestre contribuem para manter as previsões para todo o ano de 2013, quando o comércio eletrônico deve atingir um faturamento de R$ 28 bilhões, representando um crescimento nominal de 25% em relação ao ano passado, quando faturou R$ 22,5 bilhões.
WIDE: E os principais avanços, em sua opinião?
GERSON ROLIM: Os grandes avanços de 2013 foram o atual estado de maturidade que conseguimos atingir, durante o processo democrático de redação do Marco Civil da internet, o aumento da disponibilidade e a aceleração da Banda Larga – fixa e móvel -, o que catapultou o m-commerce, e a chegada dos últimos titãs da internet no Brasil, ou seja, a Amazon e a ebay, que certamente ajudarão a acelerar ainda mais a Economia Digital no país.
Fonte: Revista Wide