Especialista diz que o uso sistemático do Twitter e do Facebook pode levar a um crescimento de até 34% no tráfego do site de vendas da empresa. Com a popularização da intemet no começo da década de 2000, parecia que a última fronteira para qualquer empresa seria a criação de uma loja on-line e o início de uma estratégia de e-commerce. Só que outro fenômeno surgiu e conquistou a atenção dos usuários: as mídias sociais. Ficou provado que, mais que um instrumento, a internet é uma comunidade. E que, para conquistá-la, é preciso usar as ferramentas certas. “O conceito de mídias sociais precede a própria internet”, diz Ludovino Lopes, vice-presidente da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net). “Mas a web ampli?cou o seu significado, trazendo a possibilidade de interação e colaboração.” Hoje, não basta apenas vender, é preciso vender socialmente, praticando o que ?cou conhecido como social commerce. “Esse comércio é feito de usuário para usuário”, diz Thiago Nascimento, fundador do Bloompa, plataforma social de compras. “A venda é resultado dessa interação: a empresa entra apenas como estímulo.” Mídias como o Facebook e o Twitter funcionam não só para aumentar as vendas, mas também para cativar e fidelizar clientes. Segundo Lopes, o boom das redes levou muitos negócios a usarem esses canais de forma pragmática e fria, visando somente o incremento da receita. “E preciso ultrapassar essa primeira fase, agregar valor, passar um conteúdo de relevância. Essa é a mágica da mídia social. O discurso só de venda provoca uma resposta morna”, a?rma. Seja qual for o uso das redes, a verdade é que a relação mais humanizada com os usuários pode, sim, converter-se em retomo ?nanceiro. Na opinião de Danilo Alvarenga, diretor técnico da empresa americana de soluções em e-commerce 3dcart, o uso sistemático do Twitter e do Facebook pode levar a um crescimento de até 34% no tráfego do site de vendas da empresa. Mas não se engane com os números animadores: antes de colocar seu empreendimento nas mídias sociais, dedique algum tempo ao planejamento e à organização do conteúdo. “Quando se publica qualquer coisa nas redes sociais, a primeira impressão é a que ?ca. Então, tenha certeza de que a casa está arrumada antes de abrir as portas”, afirma Alvarenga. Ou seja, pesquise quais mídias funcionam para seu negócio, conheça o público que você quer atingir e defina como vai interagir com ele. A seguir, boas ações de social commerce que podem ser postas em prática para aumentar as vendas. Facebook: Vitrine na internet Além de expor o produto, empresas devem criar fóruns para consolidar a marca Urna forma básica para interagir com o consumidor nessa rede é criar uma página da empresa, a fan page, onde usuários poderão “curtir” sua marca e propagar as novidades publicadas ali. Depois, o melhor meio de manter o diálogo é postar informações e novidades sobre o negócio e divulgar conteúdos que possam ser interessantes para essas pessoas. “Você pode ter um discurso institucional, mas o importante é publicar informações novas e relevantes”, afirma Ludovino Lopes, da camara-e.net. Criado um bom relacionamento, o próximo passo é usar a própria página como vitrine dos produtos. Não basta apenas expor. O interessante é colocar no ar um fórum de discussão onde os clientes em potencial discutam os itens a venda. Hoje já é possível transformar a sua página no Facebook em uma loja dentro da rede. Uma opção fácil é descrever os produtos e oferecer a alternativa de compra com um link que direcione o usuário para o site externo, onde a operação pode ser finalizada. Qual o benefício? “Todo o ambiente da rede social ajuda na decisão da compra”, explica Thiago Nascimento, do Bloompa. “Os comentários dos amigos, o número de pessoas que ‘curtiram’ determinado produto, tudo isso estimula o usuário para que não abandone o carrinho de compras.” Melhor ainda se a finalização no site for a mais simples possível. A loja de varejo online CompraFácil abriu sua página no Facebook no mês de maio, quando ainda tinha pouco mais de 200 fãs na rede. A estratégia é chegar a dois mil em junho e fechar o ano com um total entre 30 mil e 50 mil. “É uma forma de falar com o cliente de um jeito amigável. Trata-se de uma estratégia de retenção, e não apenas de um modo de aumentar nossas vendas de maneira temporária”, a?rma Leandro Siqueira, diretor de marketing da empresa. Outra maneira de transformar o Facebook em loja é usar os serviços da empresa LikeStore, que começou a atuar no mês passado. Por enquanto, foram lançadas apenas duas lojas, em formato experimental – mais 5o estão planejadas para os próximos três meses. “Nesse tipo de serviço, o cliente ?naliza a compra no próprio Facebook. O consumidor se sente mais seguro no ambiente da rede social”, diz Gabriel Borges, 32 anos, um dos sócios da empresa. Twitter: central de atendimento. Em 140 caracteres, é possível esclarecer dúvidas, responder a críticas e divulgar promoções. O Twitter é a melhor rede para trocar informações de forma rápida. Por isso mesmo, pode funcionar como uma ótima central de atendimento para uma empresa. Esclarecer dúvidas, responder a elogios e criticas e, dessa forma, construir a reputação da marca – é possível fazer tudo isso nos textos de no máximo 140 caracteres. “No Twitter, é preciso ter personalidade e naturalidade”, explica Nascimento. Vale usar emoticons (representações gráficas de expressões faciais), “internetês“ (mas sem exageros ou erros graves de gramática) e referências à cultura on-line. Se o consumidor for cativado pelo per?l da empresa, os links com promoções de desconto tomam-se mais eficientes. O processo de compra também parece mais natural, porque a relação com a marca passa segurança ao consumidor. Algumas empresas já usam a estratégia de postar links de produtos que direcionam o usuário diretamente para o carrinho de compras. Vale lembrar que o Twitter apresenta o grande poder de transformar as ações e marketing viral. Se você tiver um número razoável de seguidores e uma boa relação com eles, a foto de um novo produto pode alcançar um número de consumidores em potencial ainda maior, já que a informação é compartilhada pelos usuários da rede. “A interação é urna porta de entrada para a compra. A partir dela é que as vendas acabam sendo feitas no mundo on-line”, diz Alvarenga. Veja reportagem completa na revista impressa. Fonte Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios (Junho, 2011)