Uma das principais dúvidas de micro e pequenos empresários que pretendem aproveitar as oportunidades do crescente e-commerce brasileiro é como competir com grandes empresas que vendem um conjunto infindável de itens. A recomendação dos especialistas em vendas na internet é especializar-se em nichos e levar um atendimento personalizado aos consumidores.
No ano passado, segundo a consultoria WebShoppers, especializada no comércio eletrônico, o e-commerce alcançou R$ 18,7 bilhões de faturamento. De acordo com a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, 15% das vendas foram feitas por micro e pequenas empresas. Assim, os pequenos empresários de todo o país faturaram juntos R$ 2,8 bilhões. Se a previsão da consultoria se confirmar e o setor crescer 25%, essa quantia pode chegar ao final do ano em R$ 3,5 bilhões.
Há outros pontos favoráveis. Hoje, no Brasil, apenas 15% das pessoas com acesso à rede mundial de computadores compram pela internet, enquanto que em países do hemisfério Norte o índice é de 50%. Mais: a expectativa é que até 2016 pelo menos 100 milhões de brasileiros devem estar conectados à internet. Outro número que destaca o potencial de vendas online é o número de pedidos feitos por sites: em 201 foram feitos 53,7 milhões de pedidos pela internet, número 34% maior que em 2010, quando foram realizados 40 milhões de pedidos.
O empreendedor Silvio Ferreira Santos quer aproveitar o bom momento. Ele participou nesta semana do Ciclo MPE 2012, uma rodada de palestras com o objetivo de orientar novos e-empreendedores a desenvolverem seus negócios na internet de forma planejada e segura.
Santos abriu uma loja física de produtos naturais no passado, mas não obteve sucesso e teve que fechá-la. Agora ele quer empreender na internet, para evitar custos como o aluguel. Para isso, sabe que vai precisar se diferenciar. “Quero vender os produtos, mas dando orientações sobre eles aos consumidores. Hoje o consumidor que vai a uma loja não tem informações sobre o que vai comprar. Na minha loja virtual quero oferecer os produtos, mas com uma ferramenta que oferece a melhor receita de acordo com o biótipo da pessoa”, ressalta.
Você está pronto?
Veja algumas dicas para abrir um negócio virtual.
• Especialize-se
Atenda um nicho ainda não explorado, com ideias que podem partir da observação do cotidiano.
Um grande site vende diversos produtos. Um site menor especializa-se em produtos esportivos. Outro, menor ainda, vende só camisas de futebol. Por que não se especializar na venda de camisas retrô, por exemplo?
Grandes sites têm problemas de atendimento e por isso têm altos índices de reclamação. Um atendimento diferenciado e personalizado fideliza o cliente.
– Acompanhe sites de leilão para levantar a demanda dos consumidores.
*Dicas do gerente de produtos do UOL Host, Giancarlo Zaccaria
• De olho na logística
Se o empresário mantiver uma loja física e uma virtual, precisa ficar atento à gestão de estoque. Um produto comprado na loja precisa sair da internet, para evitar que o cliente compre um item que não está mais à disposição.
Procure embalagens adequadas. Se a loja for uma joalheria, por exemplo, não deve divulgar a informação na caixa, para evitar roubos.
O frete grátis define uma compra. É preciso que o empresário consiga calcular o valor final do produto tendo embutido o custo do transporte.
Defina o serviço de entrega. Como 80% das compras virtuais são feitas no Sudeste e no Sul, o preço de transporte é mais baixo para esses locais. Se a empresa vai entregar em qualquer lugar do país, deve escolher o produto mais viável para cada localidade a ser atendida.
* Recomendações do chefe da seção de orientação em negócios especiais dos Correios, Bruno Moraes
• Marketing é tudo
Sua loja precisa ser encontrada na internet. O anúncio deve ter títulos claros e escritos corretamente, para otimizar os acessos vindos através de buscadores.
Mande no máximo um e-mail com propaganda por semana aos seus clientes.
*Dicas da gerente comercial de Market Place do Mercado Livre, Flavia Marcon
Fonte: Gazeta do Povo