O grau de interatividade que os ambientes digitais proporcionam aos usuários está aumentando em passos largos. O uso de redes sociais atrelada à mobilidade proporciona um grande tráfego de informações na rede, o que acaba deixando esses dados vulneráveis em relação ao mau uso em ambientes digitais. O fato é que a segurança estará sempre presente e ela não atua sozinha. É preciso que haja educação digital para tratar o impacto, prática fundamental para a gestão do risco. Prova de que os usuários estão começando a se preocupar com a Segurança da Informação e mudando seus hábitos na internet é a pesquisa apresentada pelo presidente do Conselho de Interação e E-Commerce da Fecomercio, Pedro Guasti, durante o 3° Congresso de Crimes Eletrônicos, que acontece 10 e 11 de outubro em São Paulo. O estudo, realizado em maio de 2011 com aproximadamente 1000 paulistanos, mostrou que o receio de fraudes entre os usuários de internet caiu de 63,7% para 52%. “Acredito que esse resultado tenha se mostrado devido à divulgação que empresas e a própria mídia vêm falando da segurança e a importância sobre a conscientização de acessos a sites não seguros e o perigo de deixar os dados expostos em ambientes digitais. Com a inclusão social e aumento da banda larga no Brasil, é preciso que a divulgação de melhores práticas na internet seja cada vez mais disseminada”, aponta. Com relação ao comportamento do usuário paulistano, 51,5% compram pela internet. A praticidade (54,4%) e o preço (27,5%) são os maiores motivadores dessa prática. Porém, 56% relatam que as informações apresentadas pelas empresas na internet não são claras e objetivas e 44,1% têm o hábito de se cadastrar em sites de empresa conhecidas para receber informações de novos produtos e promoções. A pesquisa também apontou que 8,5% das famílias paulistanas já tiveram algum tipo de problemas relacionado aos crimes eletrônicos. Dentre as principais preocupações dos usuários o desvio de conta bancária está no topo da lista, com 24% da opinião. 15,2% dos entrevistados têm receio de que suas páginas de relacionamento sejam clonadas, 14,1% têm medo de compras indevidas feitas em seus cartões de créditos e 12,9% têm receio de passar seus dados em sites de compras online. Falando de redes sociais, 82,7% dos paulistanos usam as redes sociais. O Orkut ainda é o mais usado com 74,9% seguido pelo MSN com 66,1%, já o Facebook e Twitter representam 54% e 19,1%, respectivamente. Segurança no e-commerce Outra pesquisa divulgada durante o evento sobre a segurança no comércio digital apontou que 81% dos usuários acessam a internet com a finalidade de fazer compras e 95% tem a intenção de verificar os e-mails. Já o acesso ao Internet Banking ficou na quinta colocação com 74%. O motivo da falta de acesso aos serviços bancários disponibilizados pela internet é a insegurança dos usuários, o que representa 58% dos 2050 questionários válidos coletados no mês de Junho de 2011 pela e-bit. Os selos de certificação e segurança são os mais apontados como percepção de segurança entre os usuários do e-commerce. “As pessoas se sentem mais seguras ao comprar pela internet ao ver que a página está com um selo de certificação. Essa segurança é maior se comparada há dois anos. Hoje, 49% se sentem mais seguros e 21% se sentem muito mais seguros para fazer uma compra pela internet”, explica Guasti. “Isso mostra a importância da educação digital para auemntar o tráfego em ambientes digitais”, completa. “Com a integração e a presença das redes sociais precisamos fazer a nossa parte para manter a integridade das nossas informações”, diz o advogado e presidente do Conselho de Segurança da Informação da Fecomercio, Renato Opice Blum. “Uma pesquisa feita com 19 mil pessoas apontou que 18% já sofreram crimes físicos e 56% foram vítimas de crimes digitais. Um volume três vezes maior”. De acordo com o advogado, hoje o Brasil não tem como dar proteção jurídica a esses incidentes. “O desafio é dar alternativa de mudar os processos jurídicos na mesma velocidade dos avanços tecnológicos. Existe uma alternativa para mudar esse cenário? Hoje, a resposta ainda é positiva com as discussões do Marco Civil da internet, que precisa de alguns pontos revisados, mas que tem a necessidade de rápida aprovação para termos armas contra o crime. Enquanto esperamos esse fato acontecer, a coisa mais certa é a educação digital. Continuar a evangelização da importância da proteção em ambientes digitais”, finaliza. Léia Machado Fonte: True Access