O grande ganho das empresas de economia digital com a Rio+20 é que, a partir de agora, será mais fácil medir o quanto elas estão efetivamente alcançando metas de desmaterialização. Um pacto de sustentabilidade foi assinado no evento por cerca de 23 empresas que compõe o comitê de sustentabilidade, entre elas a Microsoft, a Imprensa Oficial e a Certisign. “É um passo importante para que o segmento possa demonstrar seu engajamento nas soluções de sustentabilidade”, diz Ludovino Lopes, presidente da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico – camara-e.net, já estão em desenvolvimento as métricas que serão capazes de mostrar os impactos positivos da economia digital no uso sustentável dos recursos naturais e na eficiência energética.
“Essas empresas estão empenhadas em aliar a inovação às ações sustentáveis. Isso vai mudar os paradigmas do setor. As discussões sobre sustentabilidade sempre estiveram restritas ao setor produtivo, mas temos que observar que, hoje em dia, quem faz a relação do homem com o meio ambiente é a tecnologia”, enfatiza.
O Instituto Nacional de Tecnologia da Informação – ITI, autarquia federal vinculada à Casa Civil da Presidência da República tem papel fundamental na criação das métricas, pois financiará os estudos para o desenvolvimento desta nova metodologia. Renato Martini, presidente do instituto acredita que o Brasil vive hoje uma revolução milenar, pois o homem está habituado a se relacionar com o papel desde sua invenção, mas esta relação esta passando por profunda mudança de hábito. “Essas métricas poderão gerar uma certificação tanto para empresas públicas, quanto privadas. Elas mostrarão quanto a empresa economizou de água e de energia ao desmaterializar os processos”, explica Martini.
A Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, considerada a empresa do setor público que melhor desmaterializou seus processos e está na vanguarda de novas soluções também é signatária do pacto. O professor Marcos Monteiro, presidente da Imprensa Oficial, explica que foi um desafio mudar uma empresa de 120 anos, que construiu sua história imprimindo papel e reforçou que o governador Geraldo Alckmin apoia e incentiva esta mudança.
Além da carta de intenções do pacto, foi selado um termo de cooperação entre a camara-e.net e a FIA, Federação Interamericana dos Advogados. As entidades pretendem criar um fórum privilegiado para a troca de conhecimento sobre a economia digital sustentável e a legislação internacional que aborda o tema. “Este convênio é um laboratório de direito eletrônico e um dos objetivos é replicar este conhecimento para outros países das Américas”, anunciou Leonardo Palhares, conselheiro e presidente do comitê de tecnologia da FIA.
A desmaterialização dos processos e, consequentemente, da economia; o incremento da utilização de documentos digitais; a eficiência energética por meio da redução do uso de combustíveis; o uso eficiente de insumos como papel e tinta e a melhoria da mobilidade urbana são as principais metas do pacto.
Fonte: Agência IN