Convidado pelo Serviço de Administração Tributária (SAT) do Governo do México, o presidente da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net), Ludovino Lopes, participou do fórum internacional “Comercio Electrónico, Facilitación y Retos de las Administraciones Tributarias”, que aconteceu em setembro, no Museu Nacional de Antropologia, na Cidade do México.
Além do México e do Brasil, o evento reuniu representantes de instituições públicas e privadas de vários países, entre eles Canadá, Chile, Espanha, EUA, Hong Kong e da União Europeia, a fim de compartilhar experiências sobre o comércio eletrônico, analisar consequências fiscais e econômicas que derivam das transações digitais e discutir estratégias de prevenção a fraudes comerciais, lavagem de dinheiro, evasão fiscal, etc.
Foram seis painéis de debate, cujos vídeos estão disponíveis na página do fórum: http://www.sat.gob.mx/Foro_Internacional/Paginas/default.aspx#services
https://www.youtube.com/watch?v=yD0ad7NLMJs&feature=youtu.be
Ludovino Lopes integrou o segundo painel do evento, que teve como tema “Desafios e conquistas do setor privado em e-commerce” e os seguintes convidados: Emilio Cadena Rubio, presidente do Conselho Nacional da Indústria Maquiladora e Manufatureira de Exportação do México; Moramay Flores Rico, diretora de Relações Públicas da United Parcel Service (UPS); e Alfonso Rojas Gonzalez de Castilla, presidente da Associação de Agentes Profissionais das Américas.
O comércio eletrônico B2C na América Latina faturou, em 2013, U$ 51 bilhões, o que representa que 4% do e-commerce mundial, segundo dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) apontados pelo moderador do painel Juan Pizano, sócio-líder de Comércio Internacional e Aduanas da KPMC, consultoria e serviços empresariais.
Pizano falou sobre o perfil do consumidor e do empresário virtual no Brasil, maior economia digital da América Latina, que, junto com México e Argentina, dominam 65% do e-commerce latino-americano. “Os consumidores brasileiros não somente compram na internet, mas comparam preço na internet e utilizam plataformas para compra em grupo”, disse. “No Brasil um número cada vez maior de varejista tem investido no comércio online, enquanto no México, este setor está menos desenvolvido”, observa.
Pizano destacou algumas oportunidades do comércio eletrônico para as empresas, como a redução de gastos com fornecedores, infraestrutura física e custos de entrega utilizando formas inovadoras de entrega. “É possível que o vendedor tenha mais clientes em potencial em mercados locais e estrangeiros, de maneira mais seletiva e, às vezes, a um custo inferior que os canais tradicionais”, declarou.
Mas o Em relações aos obstáculos ou desafios do setor do público mexicano, ele citou algumas razões para que muitos consumidores ainda não comprem pela internet, entre elas, receio de que o produto não satisfaça por não poder tocá-lo ou senti-lo antes da aquisição; falta de confiança ou desconhecimento dos meios de pagamento ou percepção de que o tempo de entrega é longo. “No entanto, a importância do comércio eletrônico no mundo é indubitável”, disse Pizano.
Mundo conectado e globalizado
Em sua apresentação, o presidente da camara-e.net chamou a atenção do público para o fato de sermos, hoje, um mundo globalizado e conectado, com cada vez mais pessoas utilizando a internet para se relacionar, comprar e vender, independentemente do país de origem. Mais da metade dos consumidores brasileiros online fazem compras em sites da China.
“Não é mais uma tendência, mas uma certeza de que estamos caminhando para uma economia transfronteiriça, embasada no conhecimento e na digitalização dos processos produtivos e na forma de comunicação entre a humanidade. Esta é uma visão com a qual os nossos governos, a sociedade em geral e sobretudo os empresários precisam ter e considerar”, declarou.
Lopes defendeu que o comércio eletrônico é parte de um ecossistema mais complexo, que requer a discussão em torno do desenvolvimento de políticas públicas e da necessidade de se ter legislações em comum, sistemas de identificação entre as nações e empresas mais bem preparadas em termos de tecnologia para atuar na Economia Digital.
A apresentação do presidente da camara-e.net está disponível neste link:
http://www.sat.gob.mx/Foro_Internacional/Paginas/documentos/S2_Ludovino.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=yD0ad7NLMJs&feature=youtu.be
Panorama sobre o comércio eletrônico mexicano
Por sua vez, Moramay Flores Rico, diretora de Relações Públicas para a região das Américas, da United Parcel Service (UPS), empresa global de serviços de logística, apresentou dados sobre o comércio eletrônico no México, que cresceu 34% em 2014 referente a 2013, faturando 162,1 bilhões de pesos (o equivalente a US$ 9,8 bilhões).
Ela apontou também as principais categorias de produtos vendidos no e-commerce mexicano: moda e acessórios (53%), livros/músicas/filmes (51%), jogos (43%), calçados (40%), eletrônicos, como televisores e máquinas fotográficas (36%), celulares (36%) e computadores (34%), e falou sobre os desafios enfrentados pelas autoridades fiscais e alfandegárias.
A apresentação da diretora da UPS está disponível neste link:
http://www.sat.gob.mx/Foro_Internacional/Paginas/documentos/S2_Moramay_Flores.pdf
Neste link, estão disponíveis as demais apresentações dos keynotes do segundo painel do fórum internacional do México:
http://www.sat.gob.mx/Foro_Internacional/Paginas/default.aspx#services
Fonte: Assessoria de comunicação da camara-e.net