Grandes empresas passam a investir cada vez mais em leitores para livros digitais. No Dia Nacional do Escritor, e-books e e-escritores já são uma nova realidade. No dia 25 de julho comemora-se o Dia Nacional do Escritor, profissional que elabora textos sobre os mais diversos assuntos, levando o leitor a mundos inimagináveis. Na Internet, esses profissionais encontram o caminho para divulgar, comercializar e mesmo publicar seus livros. Para a atriz e escritora Camila Prieto, que lançou seu primeiro livro físico em janeiro de 2011, “Em Busca do Guardião da Luz”, a Internet ajuda a divulgar a obra, através de redes sociais como Facebook e Twitter, e atrair compradores. “Acredito que, se fosse em outra época, não teria a divulgação que tenho hoje. O meio eletrônico propicia que o próprio escritor faça sua divulgação e alcance o público”, conta a escritora, que aproveitou o lançamento para vender também objetos com figuras dos personagens da obra, como porta-copos e cadernetas. Segundo a escritora de São Paulo, leitores de outros Estados já tiveram acesso a sua obra, através de livrarias virtuais. “Meu livro está disponível em uma livraria física, mas até hoje todas as vendas foram feitas pelo comércio eletrônico, que facilita o acesso de públicos de cidades em que jamais poderíamos chegar se não fosse a Internet”, conta. Há menos de uma década, os livros, ao lado dos produtos CDs, DVDs e afins, eram os líderes de vendas na Internet, no Brasil. De acordo com pesquisa da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico e da empresa e-bit, em 2003, por exemplo, metade dos itens vendidos no comércio online foram livros, assinatura de jornais e revistas, CDs e DVDs. Em 2010, eles foram responsáveis por 16% das vendas, figurando em 2º lugar no ranking dos mais vendidos. A queda não significa que o brasileiro deixou de comprar livros pela Internet, mas aponta que a confiança dos usuários no e-commerce aumentou (tanto que os eletrodomésticos, em 2010, representavam 14% do e-commerce e ocupavam o 1º lugar). De acordo com Sérgio Herz, presidente executivo da Livraria Cultura, uma das primeiras livrarias a se arriscar no modelo pontocom, a venda de livros no ambiente virtual aumentou 15% em relação ao ano passado e a previsão para este ano é a mesma. “O que o comércio trouxe de bom é o acesso das pessoas à informação e ao produto. Hoje, o livro chega a leitores de cidades que não possuem livrarias, às vezes nem bibliotecas”, explica Herz. Usar a Internet para levar a obra até seus leitores foi o objetivo da escritora Maurem Kayna, que reside em Guaíba, no Rio Grande do Sul. Ela encontrou no livro digital (ou e-book) a oportunidade para divulgar os próprios textos e ter motivação para continuar a escrever ainda mais. “O e-book foi mais uma oportunidade que uma decisão. A ideia sempre foi fazer o livro chegar a alguém que pudesse multiplicar uma opinião crítica sobre os contos e, com isso, chamar atenção para meu nome”, conta a engenheira ambiental, que mantém um blog sobre o assunto. Kayna publicou seu primeiro livro em 2010, pela Editora Simplíssimo, o e-book chamado “Pedaços de Possibilidade”, o qual já foi inscrito em diversos concursos, chegando a ser finalista do Prêmio Sesc de Literatura. A e-escritora lamenta que as vendas do e-book ainda sejam tímidas, mas afirma que não publicou o livro com a intenção de obter retorno financeiro. Ela faz votos de que haja mais títulos de obras brasileiras na nova mídia. “Digo para as pessoas resistirem menos. Não pensar no e-book como um concorrente do insubstituível livro de papel, mas como uma facilidade de acesso ao que realmente interessa: o texto.” Na avaliação do escritor e professor João Escortecci, diretor da Escola do Escritor e autor de vários títulos, o e-book ainda está relacionado à novidade, mas, no Brasil, o retorno financeiro para os escritores que se aventuram nos livros digitais é muito baixo. Scortecci salienta que o mais importante é a experiência da leitura, seja em que formato for. Ele lamenta, porém, que a tecnologia não tenha melhorado o hábito da leitura dos brasileiros. “A Internet surgiu como uma festa, oferecendo muita informação e interatividade para o escritor e o leitor. O escritor tem divulgado mais seus textos, e o leitor está em contato com esse excesso de informação. Falta, no entanto, aprofundar a leitura”, alerta. A versão digital das obras necessita de um dispositivo de leitura compatível com o programa em que o livro foi salvo. No Brasil, livrarias virtuais como Saraiva, Fnac, Submarino e Cultura vendem e-books e também leitores. O leitor Saraiva Digital Reader, por exemplo, suporta arquivos nos formatos PDF e e-Pub e pode ser registrado em até seis computadores ou aparelhos de leitura digital, com um mesmo e-mail e senha. O Submarino oferece um extenso catálogo de títulos em formato aberto, que podem ser lidos na maioria dos leitores digitais. São cerca de 4.000 títulos nacionais e 200.000 títulos internacionais. Já a Livraria Cultura acaba de lançar seu eReader para iPhone, iPad e iPod touch, possibilitando ao internauta baixar gratuitamente o leitor exclusivo, acessando o aplicativo pelo o ja.lc/ereader. Os recursos permitem uma interação dinâmica para fazer notas e observações de trechos interessantes do livro, em qualquer página e sem limites. Para Sérgio Herz, a loja não poderia deixar de oferecer a opção do livro digital aos clientes. “Acredito que o mercado de livros não é um monocanal. O livro físico e o livro digital são momentos diferentes. O ideal é que o leitor possa escolher e que encontre todas as opções”, diz. Fonte: Assessoria de Comunicação da camara-e.net