De acordo com a consultoria IDC até 2014, as vendas via dispositivos móveis (m-commerce) pode totalizar mais de R$ 2 bilhões. Um cenário tentador até para um varejista tradicional como a Casas Bahia, cujo portal móvel entrou no ar em abril, antes mesmo da implementação da quarta geração da telefonia celular (4G). Pesquisa do Google Analytics apontou melhorias significativas na infraestrutura que suporta a internet. Em um ano, o acesso móvel se tornou 30% mais rápido. Mesmo assim, em 2012, ainda de acordo com análise da Google, a navegação móvel era 1,5 vez mais lenta do que a navegação via desktop. “A 4G representa uma mudança radical. O e-commerce crescerá proporcionalmente ao aumento da banda larga, que ampliará tanto a telefonia celular, como a fixa. Naturalmente, estamos falando de uma cobertura adequada da nova tecnologia”, pontua Gerson Rolim, diretor de comunicação da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico . Para ele, em 2014, haverá mais smart do que web phones no país. “O smart phone é um sonho de consumo que, baseado em Android, cabe no bolso do consumidor da classe C”, afirma. A 4G, acrescenta, poderá quadruplicar o B2C e, em cinco anos, também pode dobrar o número de consumidores via e-commerce. Hoje, segundo a consultoria e-bit, o m-commerce responde por cerca de 2% a 3% do comércio on-line no país: entre R$ 374 milhões a R$ 561 milhões em 2012. A qualidade da infraestrutura gera preocupação. Leonardo Simão, CEO da Bebê Store, não espera muito da 4G porque nem a 3G ainda está estável. “Ela está muito aquém do satisfatório”, avalia. Nem por isso a Bebê deixará de ter uma versão móvel do seu site. De acordo com Simão, 6% das vendas são via celulares e tablets, o restante, por desktops. Joaquim Garcia, diretor de TI da Livraria Cultura, também faz restrições à 3G: “mesmo ela ainda está em transição no país, seu número de células é muito mais limitado do que na 4G”, analisa. Há perdas de pacotes quando o tráfego passa de uma antena para outra, exemplifica. A infraestrutura de telecomunicações existente deixa a desejar. Para ele, o comércio digital é omnichannel, isto é, se realiza por quaisquer canais eletrônicos, razão pela qual a empresa desenvolverá novos aplicativos para dispositivos móveis. Na Cultura, diz, o e-comm é muito centrado no e-reader Kobo. Garcia espera que a 4G signifique uma boa conexão de dados, e possibilite novas categorias de negócios tais como música ou vídeos em alta definição. Ele espera que a nova tecnologia possa alavancar as vendas de e-books em torno de 30%. E informa que em um mês estará no ar o site Cultura para dispositivos móveis que, entre outras vantagens para o cliente, facilitará a localização dos livros dentro das lojas. Fonte: Valor Econômico