Cada vez mais o universo virtual desponta como um dos investimentos mais promissores. O comércio eletrônico brasileiro faturou um total de R$14,8 bilhões em 2010, o que representa um crescimento de 40% em relação aos R$l0,6 bilhões registrados no ano anterior. De acordo com a consultoria e-bit, foram feitas mais de 40 milhões de compras pela internet no ano passado, por aproximadamente 23 milhões de consumidores, sendo que o gasto médio foi de R$373 por transação. De acordo com especialistas, podemos dividir o comércio eletrônico brasileiro em três momentos. No primeiro, figuravam poucos competidores, como o Submarino – que era referência – e poucas das grandes redes de varejo, como as Lojas Americanas e o Ponto Frio. O segundo momento foi a entrada de outras grandes redes, redefinindo o cenário do mercado. Já o terceiro ato representa o momento atual em que notamos uma série de grandes, médios e pequenos varejistas disputando espaço (e destaque) no mundo virtual. “Hoje, vemos um processo de evolução e amadurecimento do mercado conquistado graças à facilidade de utilização do computador e da banda larga”, pontua o diretor-geral do MercadoLivre no Brasil, Helisson Lemos. Diante de um cenário tão promissor, empreendedores passam a enxergar na Internet uma oportunidade atrativa de investir em um negócio com grande potencial de sucesso. “O comércio eletrônico brasileiro cresce vertiginosamente e, consequentemente, inovam-se os processos dos sites e as estratégias de diferenciação. Quem ganha é o consumidor que está mais seguro em fazer as suas compras pela web, além de ter mais consciência de seus direitos e de exigir cada vez mais produtos e serviços de qualidade”, define o sócio-diretor da consultoria para e-commerce da Agência Vibe, Robson Tavarone. Os setores que mais venderam pela rede em 2010, segundo a e-bit, foram os de eletrodomésticos (14%), livros, assinaturas de revistas e jornais (12%), saúde, beleza e medicamentos (12%), informática (11%) e eletrônicos (7%). A expectativa da e-bit é que o comércio eletrônico fature R$ 20 bilhões em 2011, um crescimento de 30% em comparação a 2010. No primeiro semestre, são esperados quatro milhões de novos consumidores, atingindo 27 milhões de pessoas que, segundo estimativas da consultoria, comprarão pela Internet mais artigos de moda e acessórios. De acordo com o diretor da área de serviços e soluções financeiras do BuscaPé para América Latina, Marcelo Theodoro, é inegável que as compras coletivas e os clubes de compras se tomaram os protagonistas do comércio eletrônico, com foco, atualmente, nos eletroeletrônicos. Segundo a consultoria e-bit, esse produto se tomou um dos preferidos dos adeptos da compra coletiva. Entretanto, para Tavarone, apesar de o mercado de eletroeletrônicos ser um dos mais promissores no comércio virtual, os produtos, em sua grande maioria, importados, têm uma margem muito baixa de lucratividade. “Produtos fabricados no Brasil possuem uma porcentagem bem maior de ganho”, frisa ele. Já o especialista em marketing digital e diretor de criação da Publiweb – Marketing e Consultoria Digital, Conrado Adolpho, aposta na venda de cursos, livros e materiais didáticos. “Temos como exemplo os sites de cursos de inglês on-line ou de vendas de e-books, que têm crescido consideravelmente porque seu custo é baixo e eles ganham muito mais com a escala.” Para o CEO da Decolar.com, Alípio Camanzano, há outras áreas que também estão se fortalecendo, como produtos e serviços relacionados à estética, beleza e moda. O diretor da Cookieweb, Natan Sztamfater, concorda e completa: “O ramo de moda chegou no mercado on-line brasileiro com força, mas ainda é um mercado prematuro e vale a pena ser explorado”. avalia ele. Reportagem completa na revista impressa. Fonte: Revista Gestão e Negócios (1/8/2011)