SÃO PAULO – Analisando a participação e a importância que a nova classe média representa para o comércio, o sócio-diretor do instituto de pesquisa Data Popular, Renato Meirelles, afirmou que essa classe movimenta cerca de R$ 273 bilhões na internet por ano. O montante corresponde apenas ao que é gasto com os salários, visto que ao considerar o crédito disponível a classe C, essa soma duplicaria. O assunto foi debatido na quarta-feira (25), na Fecomercio, onde especialistas do setor de tecnologia falaram sobre “A Classe Média na Internet”. Classe C: “realidade brasileira” De acordo com os dados do Data Popular, a classe C é responsável por 78% do que é comprado em supermercados, 60% das mulheres que vão aos salões de beleza, 70% dos cartões de crédito no Brasil e 80% das pessoas que acessam a internet. No que diz respeito ao comércio virtual, Meirelles avalia que se há alguns anos as pessoas se perguntavam se a classe C estava na internet, atualmente não é possível desenvolver qualquer plano de comércio que não considere a presença dessa classe. Comércio eletrônico A e-Bit estimou que até o final deste ano, aproximadamente 28 milhões de brasileiros terão realizado compras através da web. Segundo o diretor geral da empresa, Pedro Guasti, as compras da classe média se concentram em produtos como eletrodomésticos, informática, livros e telefonia celular. As famílias com renda média de até R$ 3 mil gastam por mês, em média, R$ 321 no comércio eletrônico. Vale citar que, em um contexto de forte crescimento da participação da classe C na internet, Meirelles avalia que o objetivo dessa classe é a inclusão, diferentemente da Classe A, que busca exclusividade. Dispositivos móveis Na opinião do sócio-diretor da A Ponte Estratégia, André Torreta, a digitalização da classe média está se dando preferencialmente via celular. Para justificar essa visão, ele cita a existência das 230 milhões de linhas de aparelhos móveis no País. Torreta também acredita que as empresas não estão sabendo avaliar as reais motivações dos internautas. Nesse sentido, afirma que o intenso uso de redes sociais no País decorre, sobretudo, da falta de poder aquisitivo da população que não tem recursos suficientes para falar ao celular. Muitos acreditam, erroneamente, que o brasileiro é o povo que mais acessa as redes sociais por ser uma população alegre e calorosa. O diretor de Service Experience do Instituto Nokia de tecnologia, André Erthal, acredita que o mercado de telefonia móvel tem grande potencial e antecipa que já estão sendo desenvolvidos dispositivos para intensificar a experiência do usuário via celular. Os exemplos desses trabalhos poderão ser observados em aparelhos com telas mais flexíveis e que possam ser expandidas ou retraídas, dependo da ocasião. Fonte: UOL