Não há estatísticas oficiais, mas apenas três grandes continuam atuando.
O primeiro site de compras coletivas, o Peixe Urbano, foi fundado em março de 2010. Em menos de um ano, a modalidade de e-commerce virou uma febre e bateu a casa dos mil sites, chegando a quase 2.000 em 2012. Hoje, três anos depois, o setor encolheu. Apenas três grandes sites sobreviveram e, mesmo assim, o modelo foi repaginado. Não há sequer estatísticas oficiais sobre o número de plataformas ativas. Além do Peixe Urbano, vingaram o Clickon e o Groupon. Mas este último já não se intitula mais como um site de compras coletivas. Mudou para “e-commerce local”. As ofertas com grandes descontos continuam as mesmas. A diferença é que não é mais preciso esperar um número mínimo de compradores.
Segundo o diretor de comunicação da Câmara Brasileira do Comércio Eletrônico (Camara-e.net), Gerson Rolim, após o boom do primeiro ano, o setor passou por uma maturação natural. “Esse boom aconteceu por três motivos. Primeiro, porque teve forte receptividade do consumidor brasileiro. Segundo, porque aumentou o acesso a serviços que nunca tinham sido vendidos pela internet. E, terceiro, porque a propaganda também era muito grande. Mas, para sobreviver, era preciso ter uma mailing grande e ter uma lista de parceiros qualificada”, analisa.
Segundo Rolim, como nem todos conseguiram superar esses desafios, o segmento passou por uma reformatação. “O setor mudou, passou por uma onda de aquisições e se reformulou”, explica.
Além do reposicionamento, uma das mudanças claras foi na oferta. Antes, quase 100% eram de serviços. Hoje, como se pode perceber no Groupon, há muitas ofertas de produtos como celular, máquina fotográfica e até aliança de casamento.
O pioneiro Peixe Urbano, que comprou o Groupalia, mantém-se forte nesse mercado. “Investimos, continuamente, em novas funcionalidades para agregar ainda mais valor aos serviços que oferecemos. Além disso, procuramos trazer diariamente um mix variado de ofertas para ter sempre algo relevante. Exemplo disso são as grandes parcerias de entretenimento, como os shows do Paul McCartney, Rihanna, Thriller, entre outros”, diz o co-fundador e CEO do site, Julio Vasconcellos.
Mudanças à parte, o negócio ainda é atraente para quem oferta e para quem compra. Alexandra Buomicontro Ferraz é dona da clínica de estética Divina Essência e já fez pelo menos três parcerias com o Peixe Urbano. Na última, vendeu por R$ 70 um pacote que sairia normalmente por R$ 1.000. “Vendi 167 pacotes. O meu lucro está na divulgação. A cliente vem, conhece outros tratamentos e acaba comprando”, explica Alexandra.
Firme
Pioneiro. Só em Belo Horizonte, o Peixe Urbano já vendeu mais de um milhão de cupons. A empresa não revela o faturamento, mas, a economia gerada aos consumidores da capital mineira foi de R$ 200 milhões.
Fonte: O Tempo