Para os céticos que acreditam que a onda do comércio pela internet já estaria se esgotando, o presidente da Nova Pontocom, empresa que reúne as lojas virtuais do Extra, Ponto Frio e Casas Bahia, Germán Quiroga avisa: “O jogo está apenas começando”.
O executivo, que participou do lançamento da pontocom da Lojas Americanas, em 1999, é um dos pioneiros do comércio eletrônico no Brasil.
“A mobilidade vai mudar tudo de novo”, acredita Quiroga, que avalia que existe um grande potencial de transformação do comércio pela internet com o aparecimento das novas tecnologias.
A Nova Pontocom, segunda maior operação de internet do País, já lançou aplicativos para o iPad, tablet da Apple, e Android, sistema operacional aberto do Google para celulares e que já é utilizado nos tablets da Samsung.
A cada inovação tecnológica, abrem-se novas possibilidades e oportunidades para o comércio eletrônico, avalia Quiroga. “E o mercado vai mudar de novo várias vezes. Esse é um negócio que vai se reconstruindo no dia a dia”, afirma.
Nos últimos anos, o comércio eletrônico cresceu a uma taxa de 34% ao ano no Brasil. “E essas taxas vão ser mantidas nos próximos anos. Pode ser que o setor cresça menos em um ano e mais em outro, mas vai continuar se expandindo”, prevê o executivo, para quem o ritmo ainda acelerado de crescimento da Amazon nos Estados Unidos, considerado um mercado maduro, é uma prova dessa tendência. No Brasil, por exemplo, apenas 50% dos lares têm internet.
Em 2010, o varejo online expandiu-se 40% e movimentou R$ 15 bilhões, segundo a empresa e-bit. Para 2011, a expectativa é de que o comércio eletrônico cresça 35%, alcançando a marca emblemática de R$ 20 bilhões no País. Em 2014, o e-bit prevê que o comércio eletrônico brasileiro já atingirá R$ 40 bilhões.
Mercado B2B
A entrada de novas empresas no comércio eletrônico, sobretudo de médio e pequeno porte, deve acirrar a concorrência, mas, ao mesmo tempo, essa tendência abre uma nova oportunidade de negócios para grandes varejistas, que possuem a plataforma tecnológica.
Assim como a Amazon, que hospeda vários sites, a Nova Pontocom já começou a fornecer tecnologia para empresas que buscam soluções na internet e criou uma pontocom específica para atender o segmento empresarial (B2B), a e-Hub.
A empresa, por exemplo, opera a loja virtual da HP e da AOC e desenvolveu o site de comércio eletrônico da rede carioca Leader. Mas existem outros varejistas para os quais a Nova Pontocom também já fornece plataformas de comércio eletrônico que preferem não ter seus nomes revelados, afirma Quiroga. “Eles são nossos competidores no varejo, mas são nossos clientes no e-Hub”, diz o executivo.
Se a empresa pode perder de um lado, deve sair ganhando de outro.
Por: Claudia Facchini
Fonte: IG Economia