O Movimento de Acessibilidade e Internet Segura (MAIS) da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net) recebeu no último dia 07/03 a presença de James Thurston, vice-presidente de estratégias e desenvolvimento da G3icT, iniciativa global por Tecnologias da Informação e Comunicação Inclusivas, braço da ONU para implementação de políticas públicas sobre acessibilidade digital.
A reunião extraordinária aconteceu na capital paulista e contou com a participação do presidente da camara-e.net, Ludovino Lopes, do coordenador do MAIS, Cid Torquato e de representantes das empresas Carrefour, Kidopi, Ludovino Lopes Associados, MercadoLivre, Netshoes e UOL.
Apesar de não ser recente, o tema Acessibilidade Digital tem sido uma das pautas mais recorrentes na sociedade em função da Lei 13.146/2015, que entrou em vigor em janeiro deste ano e prevê a garantia da inclusão social e virtual das pessoas com deficiência.
Cid Torquato (ao centro na foto abaixo), que ocupa também o cargo de secretário adjunto da Secretaria Estadual de São Paulo da Pessoa com Deficiência, iniciou a reunião questionando os participantes sobre como suas empresas de e-commerce poderiam se adequar à nova lei e afirmou: “agora é a melhor hora para debater o assunto e tentar sanar todas as dúvidas dos comerciantes e varejistas que estão inseridos no meio digital”.
James Thurston (foto abaixo) explicou que a G3icT vem, há quase uma década, ajudando o governo a implementar tecnologias como parte de um direito humano básico das pessoas com deficiência. No entanto, destacou ele, apesar de quase todos os países do mundo terem assinado a nova lei de acessibilidade, muitos ainda encontram dificuldade para se adaptar a ela.
Segundo Thurston, apenas 19% dos países possuem sites comerciais acessíveis e 20% possuem, por exemplo, closed caption e linguagem de sinais para programas de TV ao vivo. Para o especialista, esse cenário precisa mudar. “Quando você cria uma plataforma acessível, acaba chamando a atenção não apenas de quem possui uma deficiência, mas da sociedade como um todo. Design apropriado e acessibilidade trazem mais benefícios hoje do que já se havia percebido no passado”, disse aos presentes na reunião.
O presidente da camara-e.net (à direita, na foto abaixo) destacou que a legislação vem para garantir um direito de uma parcela expressiva da população (estima-se que 45 milhões de brasileiros, ou 24% da população, tenham algum tipo de deficiência), que pode, assim como qualquer outra pessoa, utilizar a tecnologia e a internet para as mais variadas finalidades, entre elas a de comprar algum bem ou serviço online.
“Não estamos apenas discutindo uma questão de tecnologia e/ou comércio eletrônico, mas, na verdade, de direitos fundamentais dos seres humanos; de nossa capacidade de proporcionar uma experiência completa”, declarou Ludovino Lopes. “Não queremos nem podemos encarar a lei como uma barreira, mas como uma oportunidade. Ou seja, precisamos saber quais passos realmente podemos dar e implantar melhorias em nossos sites e e-commerce”.
E-commerces acessíveis
Cid Torquato citou exemplos de empresas nacionais e internacionais que já estão cumprindo seu papel, disponibilizando uma ferramenta inovadora, capaz de dar acessibilidade no ambiente digital a quem precisa, entre elas o Magazine Luiza, que oferece gratuitamente um app de Tecnologia Assistiva, que auxilia pessoas com deficiência a navegarem mais facilmente na web. Clique aqui e saiba mais.
Desde que assumiu o cargo de coordenador do MAIS, em 2014, Torquato busca o diálogo com as empresas de comércio virtual com o objetivo de conscientizá-los e orientá-los sobre a importância de tornar seus sites mais acessíveis a pessoas com deficiência. Às empresas associadas da camara-e.net, que sempre adotaram uma postura de vanguarda nos assuntos ligados à Economia Digital, Torquato deixa uma mensagem:
“A questão da acessibilidade digital vai muito além do cumprimento da legislação. É importante ficar claro que seus benefícios não impactam unicamente as pessoas com deficiência, que ganham autonomia e independência, levando a uma melhor qualidade de vida, mas, sim, a sociedade como um todo, pois, ao permitir o acesso dessa parcela da população à cadeia produtiva do mundo virtual, possibilita um expressivo incremento social e econômico ao país. Por isso, não deixem para pensar em acessibilidade digital no futuro. Precisamos desse pioneirismo já”, declarou.
Para mais informações sobre o MAIS, envie um e-mail para comunicacao@camara-e.net
Fonte: Paloma Santos (texto) e Letícia Martins (fotos), assessoria de comunicação da camara-e.net